Alzheimer: novas pistas para perda de memória em entes queridos

0
13

A doença de Alzheimer corrói a memória progressivamente, começando com recordações de curto prazo e eventualmente conduzindo à dolorosa perda de reconhecimento – mesmo de familiares e amigos. Pesquisas recentes sugerem que uma mudança estrutural no cérebro, especificamente a deterioração das estruturas de suporte especializadas em torno dos neurônios, pode ser a principal causa deste sintoma devastador.

O papel das redes perineuronais

Cérebros saudáveis contêm estruturas chamadas redes perineuronais (PNNs). Essas formações em forma de malha estabilizam as conexões entre os neurônios, protegem contra o estresse celular e regulam como as memórias são formadas e retidas. Essencialmente, os PNNs ajudam os neurônios a se comunicarem de maneira eficaz, permitindo que o cérebro registre e armazene experiências.

O Estudo: Ratos e Memória Social

Cientistas da Universidade da Virgínia e da Virginia Tech investigaram a ligação entre a deterioração do PNN e a perda de memória em ratos. Eles descobriram que quando os PNNs quebravam na região CA2 do hipocampo (uma área do cérebro crucial para a memória social), os ratos perdiam a capacidade de lembrar de outros ratos, apesar de reterem a memória baseada em objetos. Este padrão reflete o que acontece nos pacientes de Alzheimer, onde a memória social muitas vezes desaparece antes de outras funções cognitivas.

Como ocorre a deterioração

A quebra dos PNNs está ligada a enzimas chamadas metaloproteinases de matriz (MMPs). Essas enzimas dissolvem proteínas na matriz extracelular, incluindo aquelas que formam PNNs. Na doença de Alzheimer, a atividade das MMP aumenta, levando à degradação do PNN e subsequente perda de memória.

O bloqueio de enzimas restaura a memória

Os pesquisadores testaram se a inibição das MMPs poderia prevenir a perda de memória. Eles usaram inibidores de MMP, compostos também estudados como potenciais medicamentos contra o câncer, para bloquear a atividade enzimática. Os ratos tratados com inibidores mostraram menos degradação do PNN e retiveram mais função de memória social, mesmo com sintomas semelhantes aos do Alzheimer.

Implicações para humanos

Embora este estudo tenha sido conduzido em ratos, as descobertas têm implicações significativas para os humanos. A doença de Alzheimer afecta cerca de 55 milhões de pessoas em todo o mundo, prevendo-se que os números aumentem acentuadamente à medida que a população envelhece. Se a degradação do PNN for confirmada como um fator crítico na doença de Alzheimer humana, poderá abrir novos caminhos para tratamento e prevenção.

Próximas etapas

Os investigadores alertam que são necessários mais estudos para confirmar estes resultados e avaliar a segurança e eficácia dos inibidores de MMP em humanos. No entanto, as descobertas representam um passo promissor para a compreensão e combate a esta doença devastadora.

A pesquisa sugere que a preservação das estruturas cerebrais responsáveis ​​pela retenção da memória pode ser uma abordagem viável para retardar ou mesmo prevenir a perda de memória relacionada ao Alzheimer.